terça-feira, fevereiro 24, 2009

Em guerra com os squads e 4x4....


O Sr. Herman Decroo não é nenhum fundamentalista da natureza nem um verde intransigente; muito pelo contrário o Sr. Decroo é um membro destacado do partido conservador-liberal VLD e faz parte do "establishment" da politica belga : foi várias vezes ministro e também ocupou durante muitos anos a cadeira de presidente do parlamento nacional. Entetranto este homem - em nada revolucionário - é também Presidente da Câmara Municipal de Brakel (um concelho situado numa zona rural da Flandres Oriental) e nesta qualidade declarou sem mais nem menos - a guerra aos "pilotos " de squads e de veículos todo-o-terreno. Na realidade, o ex-ministro declara estar farto da danificação e destruição dos pequenos caminhos do seu concelho. " Não só isto nos custa muito dinheiro, como também é simplesmente injustificável". Neste quadro o concelho de Brakel vai proibir as actividades de tais veículos no seu território e prever multas pesadas para os infractores.
Em Portugal muitos autarcas -entusiasticamente acompanhados pela imprensa local - ainda andam com uma mentalidade dos anos '50 e apoiam e estimulam actividades deste género. Consideram os seus patrocínios como uma demonstração manifesta da sua "modernidade". Pobre gente: provavelmente vamos ter de esperar pela próxima geração de políticos locais par ver qualquer iniciativa naturalmente correcta neste domínio.
Terwijl Herman Decroo - terecht - in Brakel maatregelen neemt tegen squads en 4x4, hangen de meeste Portuguese gemeentepolitiekers nog in een vroeger stadium en steunen activiteiten met squads en 4x4. Laten we geduld hebben en wachten we maar op de volgende generatie.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Fernando Pessoa: a visão do génio...

Até agora, não eram conhecidas referências aos Países Baixos e à Bélgica por parte de Fernando Pessoa .
O literato Neerlandês Michaël Stoker encontrou alguns textos do mundialmente famoso poeta português sobre a Holanda e a Bélgica. Stoker detectou o rasto destes documentos durante a preparação da sua tese de doutoramento sobre Pessoa. Esta noticia foi hoje divulgada pela Fundação "Het Poeziecircus" . Os textos demonstram que o Português não tinha uma ideia muito positiva sobre aqueles países. Intitula a Holanda como sendo "um país inferior" e a Bélgica "uma pseudo-nação " e afirma que "este tipo de país não contribui nada à civilização. Podem deixar de existir sem que isto provoque qualquer dano para a civilização". O "promovendus" à Universidade de Utrecht apresentará o seu livro, que inclui os textos mencionados, na altura do festival Pessoa que terá lugar nos Países Baixos e onde estará presente o embaixador de Portugal. Não tenho nada a dizer sobre a opinião de Pessoa em relação à Holanda, mas no que diz respeito à Bélgica, quero sublinhar que não é o primeiro gigante da poesia que despreza a Bélgica : também Baudelaire pensou nos mesmos moldes. Finalmente para entusiasmar um pouco os nacionalistas flamengos : é de Fernando Pessoa (ou melhor ainda, do seu heterónimo Bernardo Soares ) o famoso verso "a minha pátria é a minha língua".
De Nederlandse letterkundige M. Stoker, heeft teksten ontdekt waarin Fernando Pessoa zijn misprijzen uitspreekt over Nederland en Belgie. Belgie noemt hij een pseudo-natie. Het is trouwens niet de enige gigant van de poezie die Belgie geen warm hart toedraagt, Baudelaire had dezelfde opinie. Terloops, de fameuze zin " mijn vaderland is mijn taal " is van de hand van Fernando Pessoa, geschreven onder zijn heteronieme naam Bernando Soares.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

A insustentável incoerência da Igreja

Em Portugal são vários os assuntos na agenda política que têm a ver com a doutrina moral da Igreja Católica. De facto, a Igreja sempre se autoproclamou como defensora incondicional da "vida" e igualmente sempre condenou a homossexualidade a fortiori incluindo casamentos entre pessoas do mesmo sexo. No que diz respeito à "vida", a nossa Santa Mãe já teve de engolir um sapo enorme na questão do aborto, que após uma segunda tentativa foi democraticamente (hm...hm...) aprovado por meio de um referendo. Agora o partido no poder pondera uma legislação que permitirá casamentos entre gays e entre lésbicas e também - porque não - a autorização da eutanásia a pedido. Não quero aqui polemizar sobre o fundo das questões referidas, mas sim sobre a forma como a qual a Igreja lida com elas. Ontem na comunicação social, ouvi dizer o PM, que a legalização do casamento homossexual é uma consequência resultante dos valores inerentes ao PS, nomeadamente para criar mais justiça, mais igualdade, mais tolerância, etc. etc. OK, parece me bem e correcto que uma organização como o PS luta em prol dos seus valores e tenta realizá-los. O que me parece de uma incongruência enorme é a posição da Igreja: como é possível que uma instituição, que se declara universal, de todos os tempos, de inspiração divina, abdique tão ligeiramente da possibilidade de defender os seus princípios com todos o meios possíveis, inclusive em época de eleições. Porque fugir ao confronto duro mas democrático entre os valores e princípios de um partido político e os mandamentos - segundo dizem - sagrados provenientes directamente de Deus? Há alguma coisa que me escapa ou talvez não : a Igreja portuguesa provavelmente tem um medo sério e real de ver provado que só tem ainda um impacto residual sobre a sociedade portuguesa. Além disso, desde sempre a Sagrada Instituição demonstrou uma tendência muito forte para a conivência com os poderes instalados.
De H. Kerk is heel incoherent in Portugal: nu in de regerende PS-partij stemmen opgaan om zowel het homoseksuele huwelijk als de euthanasie-op-aanvraag toe te laten, zou men verwachten dat een Instituut dat de mening van God-himself vertegenwoordigt, protesteert en een standpunt inneemt ivm de komende verkiezingen. Niets daarvan, onze H. Moeder is waarschijnlijk bang te moeten toegeven dat haar stem nog weinig impact heeft op de huidige maatschappij.

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

A democrácia, os abutres e a auto-limpeza...

Em muitos países da (ex-) Europa ocidental existe um mal estar evidente em relação à actuação dos políticos dentro do sistema democrático. Não falamos em concreto do que se passa actualmente na Holanda, na Bélgica, na França (Kouchner) ou em Portugal , mas uma coisa é certa : a classe política sai desvalorizada e desacreditada de todas estas histórias. É sem duvida uma situação perigosa : o facto de os políticos agirem em contradição flagrante com os sacrossantos princípios que recomendam ao cidadão comum, conjugado com os efeitos amargos da crise, pode acordar velhos demónios considerados defuntos. Quando há poucos dias um amigo meu, comunista ferrenho, me declarou no contexto dos escândalos na actualidade que "ao menos o Salazar morreu tão pobre como no dia em que entrou no governo", era simplesmente um sinal dos tempos . Ganha terreno no povo a convicção que a "praça politica" se transformou para muitos daqueles profissionais do Parlamento numa gigantesca "Bolsa de Oportunidades", onde toda a gente enriquece, família e amigos incluídos, onde surgem dicas para negócios fabulosos, onde há tachos eternos e bem pagos para conquistar, onde há influencias para traficar. Com o estômago sempre mais vazio, o Homem da rua, está afinando o seu olfacto para detectar abusos e malefícios perpetrados por baixo da manta da "democracia" : quando a sua ira começar a abanar o sistema, não haverá mais tempo para afastar os abutres que se nutrem da democracia agonizante. O único caminho a seguir por parte dos partidos políticos é o da auto-depuração, o da inquisição interna : analisar antecipadamente e de maneira meticulosa todos os candidatos que se apresentam em seu nome, investigar a sua fortuna, o seu currículo, o seu percurso social e politico e recusar implacavelmente indivíduos que perderam a sua virgindade em qualquer um destes aspectos. Parece que em alguns países - nomeadamente na Bélgica - já estão em curso este tipo de práticas de auto-limpeza partidária... Nunca é tarde demais.
Steeds meer komt de burger vragen te stellen over de rol van de politiekers in onze West-Europese democratieen. Steeds meer schandalen komen aan het licht. De enige oplossing bestaat erin dat de politieke partijen hun kandidaten vooraf aan een interne inquisitie onderwerpen zodat alleen "onbevlekte" mensen in machtsposities terecht komen.