segunda-feira, agosto 31, 2009

Águas Romanas : não lhes disse?

Há apenas alguns dias exprimi neste "site" os meus receios em relação ao Parque de Águas Romanas em Penela, nestes termos " Não é uma solução de facilidade, um incentivo à preguiça intelectual, desviar os visitantes e os seus filhos para os aspectos lúdicos do tema, quando a uns escassos quilómetros têm à sua disposição os verdadeiros e grandiosos vestígios da civilização romana "em directo" e "em completo?".
Hoje mesmo (31-08-2009), o Diário As Beiras já justificou o meu medo, publicando os seguintes conselhos magníficos para a juventude portuguesa :
" Agora, para fazer o recuo ao século IV podem-se deixar os livros e os filmes de lado, o Parque de Águas Romanas é já ali ao lado". Sem comentários...
Wat ik vreesde is gebeurd: ipv de jongeren aan te sporen om de echte Romeinse ruines in Conimbriga of Rabaçal te bezoeken, schrijft een lokaal krantje stomweg: je hoeft geen boeken meer te lezen of films te bekijken, ga gewoon naar het Romeinse nep-speelplein in Penela....

sexta-feira, agosto 28, 2009

Romanos a preço de ouro em Penela...


Admito que nunca entendi muito bem porque um parque infantil baseado na temática romana foi instalado na Vila de Penela a 7 km da freguesia do Rabaçal, onde teria sido um complemento natural e lógico da Villa Romana e do Museu aí existentes. Todavia, quando o "Diário as Beiras" de 28-08-2009 mencionou que o novo "Parque das Águas Romanas" custou um milhão de euros, comecei a pestanejar : investir 1 milhão de euros em tempo de crise num parque infantil num concelho pobre, endividado, onde falta tanta infra-estrutura básica (por exemplo o saneamento público em certas povoações) não é assim tão evidente. A Dra. Ferreira Leite que ontem em todos os canais de televisão afirmou que está, nesta época de crise, oposta aos investimentos públicos em obras megalómanas, teria de certeza a mesma opinião porque não tenho dúvidas que aquela economista de valor reconhecido defende os mesmos princípios, seja a nível nacional seja a nível autárquico. Não está em questão o valor estético do parque nem a sua (relativa) originalidade, sim o seu preço, a sua primordialidade, a sua oportunidade neste momento. Podem retorquir que a metade da obra é paga pelos fundos comunitários, pois é, mas será que os cidadãos estão conscientes do facto de que nalguns países membros da Comunidade Europeia começa a crescer uma contestação popular e politica contra o gasto "fácil" dos fundos referidos? Só para dar um exemplo : nas eleições europeias recentes, o segundo partido mais votado na Holanda, o PVV , virou-se radicalmente contra (e cito) "o dinheiro gasto em auto-estradas pouco utilizadas como em Portugal ou na Roménia"; pode não concordar com esta atitude mas devemos tomar em consideração que cada ano cada Holandês contribui para a CE com 387 € (um Belga com 416 € e um Português com 139 €).
Finalmente, não tendo qualquer autoridade no que diz respeito à metodologia educacional, arrisco-me no entanto a fazer algumas reflexões: não será antes de tudo essencial continuar a dirigir os interesses dos jovens para as majestosas ruínas de Conimbriga, as maiores romanas em território nacional? Não é uma solução de facilidade, um incentivo à preguiça intelectual, desviar os visitantes e os seus filhos para os aspectos lúdicos do tema, quando a uns escassos quilómetros têm à sua disposição os verdadeiros e grandiosos vestígios da civilização romana "em directo" e "em completo" ? Há pouco tempo ainda queixaram-se na imprensa de falta de verbas para trazer à luz a metade da cidade conimbricense ainda soterrada ou para comprar as propriedades onde estava situado o anfiteatro : 1 milhão de euros não teriam sido útil para avançar um pouco com um projecto de envergadura nacional, europeia, mundial ? De qualquer maneira, se um dia teria de escolher entre uma visita a Pompeios ou ao Parque Asterix, não hesitarei um único segundo....mesmo em companhia das minhas netinhas...
In Penela, op 10km van de befaamde ruines van Conimbriga, werd een speeltuin aangelegd voor kinderen met als thema de Romeinen : prijskaartje bijna 1 miljoen euro (waarvan meer dan de helft betaald door de CE-fondsen) . Conimbriga is de grootste Romeinse nederzetting in Portugal en ik vind het geen goed idee om de kinderen af te leiden van de echte ruines om te spelen in een mini-nep-dorp.

terça-feira, agosto 25, 2009

Uma dica para aumentar a produtividade em Portugal...

Um dos grandes problemas da economia Portuguesa é a fraca produtividade, muito abaixo da média europeia. As causas para o atraso português estão basicamente concentradas em dois dos cinco factores utilizados para avaliar a produtividade dum país : o nível do capital humano e o da capacidade de gestão. Não sou economista, mas tenho a impressão que conheço um método para aumentar a produtividade referida : começar a trabalhar às 9 horas em vez de às 9h e 15. Explico-me : sofrendo de um bioritmo bastante matinal, tenha a tendência de estar sempre à espera uma meia hora antes da abertura das repartições, empresas, escritórios e serviços que de costume começam às 9 horas. Assim tenho todo o tempo de mundo para uma observação pormenorizada de alguns hábitos laborais. O que se passa na realidade é o seguinte : os empregados começam a chegar por volta das 9 horas, passo a passo, gota a gota. Tiram o casaco, abrem os estores, colocam o lanche no frigorífico, bebem um cafézinho, vão fazer a sua mijadela, proliferam alguns comentários sobre a Gripa A e o Ronaldo, pousam delicadamente as nádegas na cadeira e finalmente ligam o computador. São 9h e 15, o trabalho pode começar. Ora bem, creio que neste momento exacto já estamos a perder em relação com os países com melhores índices de produtividade : são quinze minutos, concretamente 3,13% do horário laboral diário. Conclusão : quem consegue convencer os seus colaboradores a entrar no local de trabalho com uns 15 minutos de antecedência - todo o tempo necessário para executar os seus rituais matinais - presta um grande serviço a economia nacional...
Não quero mencionar aqui algumas aberrações tragicómicas às quais ja assisti : como o condutor de um autocarro dos transportes públicos que estaciona o seu veiculo cheio de pessoas, para ir tomar um café ou o chefe da estação dos CTT que fecha o seu estabelecimento colocando um cartaz "voltamos já" na janela, também por motivo da bica...
Als iedereeen stipt om 9h zou beginnen werken en niet om 9h 15 (na een koffietje, een plasje of een babbeltje) zou de productiviteitsindex van de lokale werknemers zeker stijgen...

sexta-feira, agosto 14, 2009

Pequenos paises, grandes exemplos...

Uma grande parte dos portugueses nem sempre tem uma ideia real sobre o que se passa no Mundo e neste contexto quero referir-me aqui ao relatório da W.T.O. (Wordl Trade Organisation) no que diz respeito ao comercio internacional, especificamente sobre as exportações de mercadorias em 2008. Quando consultamos o ranking dos países exportadores somos confrontados com algumas surpresas. Que a Alemanha (1º), a China, os E.U.A. e o Japão lideram a tabela não é de estranhar, mas o que achamos admirável é a quinta posição dos Países Baixos e a oitava da Bélgica, dois pequenos países que têm um território apenas um pouco maior do que o Alentejo. Contam-se 16 milhões de Holandeses e 10 milhões de Belgas. Alguém podia imaginar que a mini-Holanda exporta mais do que a França ou a Itália e a anã Belga mais do que o Reino Unido, a Espanha ou o Brasil ? Continuamos com o exemplo belga: é líder mundial na exportação de tapetes e diamantes, é segundo no chocolate, na margarina e nas fibras naturais, ocupa o terceiro lugar no vidro e o quarto nos automóveis, ovos e bebidas não-alcoólicas... Fazendo as contas "per capita", vemos que o Belga é simplesmente o maior exportador do mundo. Por uma parte podemos sem dúvida atribuir este bom resultado ao altíssimo nível de produtividade atingido pelos trabalhadores daquele país : a mais alta do Mundo a seguir aos E.U.A. e o Luxemburgo (de facto um país atípico). Não seria bom que os nossos políticos se inspirassem mais neste tipo de exemplos de sucesso discreto do que sempre optar para o faraónico quer seja em palavras quer seja em projectos. Finalmente para os que sonham com a reunificação de todos os Neerlandófonos (Flamengos e Holandeses) num estado único : seria simplesmente a quarta potência exportadora do Mundo...
Nederland is de vijfde exporteur ter wereld en Belgie de achtste. Deze toch kleine landen zijn toch een schitterend voorbeeld voor Portugal, niet?