terça-feira, junho 16, 2009

Portugal: um deserto "cervejistico"...

Manifestamente Portugal é um pais de vinho, cheio de qualidade, variedade e maravilhas enófilas; no que diz respeito à cerveja é um deserto total. Não só temos uma situação monopolizante com duas marcas a dominar o mercado como temos a monotonia gustativa de sermos sempre confrontados com os mesmos líquidos medíocres. É um facto que as referencias "mestre" das duas marcas nacionais e omnipresentes não passam de cervejas banais sem qualquer lugar para a surpresa ou originalidade : a única maneira de as consumir de modo humanamente aceitável, é - sentado numa varanda com vista para a praia - engoli-las geladas, de uma só vez, sem mastigar ou degustar. Mesmo assim, estão a anos de luz da perfeição e do prazer que nos disponibiliza uma Krombacher, uma Warsteiner ou uma Stella Artois. Mas a situação torna-se mesmo trágica, quando os fabricantes referidos arriscam-se a elaborar "cervejas especiais" : aí o deslize é completo. Sugerem que as suas receitas são oriundas de uma ou outra velha tradição conventual quando na realidade são cervejas "tratadas" com corantes e conservantes (ver etiqueta) sem qualquer comparação possível com as boas cervejas monásticas do Norte da Europa. Seria injusto não mencionar aqui as fantásticas cervejas "abadicas" belgas que são verdadeiros produtos endógenos, de fermentação alta : são as mundialmente famosas cervejas "Trappistes" de Chimay, West-Vleteren, Achel, Westmalle, Rochefort e Orval. A diferença é tão grande como a que existe entre uma agua-pé a martelo e uma reserva da Barca Velha. Finalmente, não me venham dizer que é um pouco ingénuo procurar boa cerveja na Península Ibérica : quem já experimentou uma Ámbar 1900 de La Zaragozana, uma Alhambra Especial ou simplesmente uma Estrella de Galicia, sabe que não é uma tarefa impossível...
In Portugal wordt de "biermarkt" gedomineerd door 2 nationale merken, bijna een monopolie : gewone pilskes zonder veel ambitie. Het drama begint wanneer ze "speciale" bieren beginnen te brouwen die zogezegd gebaseerd zijn op "kloosterformules". Om te lachen natuurlijk en in de verste verte niets te maken met onze fantastische Belgische trappisten.