segunda-feira, abril 02, 2012

O não à extinção de freguesias = o folcore ao poder?

No Sábado passado, foi possível ver Portugal no seu melhor: em Lisboa desfilaram milhares de pessoas, entre os quais grupos folclóricos, acordeonistas e outros Zés Pereiras, contra a extinção de freguesias.  Enquanto muitos países resolveram já há décadas o problema do excesso de entidades minúsculas abaixo do nível de "Câmara Municipal", continua a ser possível em Portugal mobilizar multidões contra esta reforma tão necessária. Qual será o mal trocar as Juntas constituidas por via política e pagas pelo contribuinte, por serviços administrativos, provavelmente de maior competência, prestados por um funcionário da Câmara? Estarão à disposição da população nas instalações existentes, uma ou mais tardes por semana. Admito que tenho algumas experiências traumáticas com Juntas de freguesias geridas à base de favores e cunhas e neste contexto prefiro sem duvidas um tratamento administrativo neutro, objectivo e não politizado: que tratem dos meus assuntos não pode depender da benevolência de alguém, mas é simplesmente um direito meu. Quem explicará à Troika que o interior de Portugal - e não só - ainda anda à hora do paternalismo paroquial mais antiquado?
E...vamos apostar que o Governo irá ceder ?