segunda-feira, agosto 26, 2013

As autárquicas em Penela (1): Que mensagem gostaria de deixar aos Penelenses

 

(publicado no 
Jornal "Região do Castelo" )

Mais uma vez o eleitor será submetido aos cantos das sereias dos dois grandes partidos. Uma máquina de propaganda poderosa não hesitará em usar todos os meios – crise ou não – para perpetuar a sua posição dominante. Nestes tempos difíceis podemos optar por um outro caminho que consiste – seguindo a lógica do Presidente da República – na junção de todas as forças vivas políticas, também em Penela. Se for eleito, garanto que irei fazer todos esforços possíveis para incluir todos os Penelenses de todos os partidos na governação do Município. Não haverá mais vereadores sem pelouro. Bom senso e sinceridade podem e devem ultrapassar os preconceitos inerentes ao sectarismo partidário. Dêem-nos uma “chance” para servir de hífen entre as diferentes facções da população de Penela porque afinal o Amor às Pessoas pode ser tão decisivo como o à Terra. Unidos iremos mais depressa e mais longe. Uma mudança de mentalidade impõe-se, também a nível autárquico, para garantir a nossa permanência na Comunidade Europeia e, no nosso concelho, isto é só possível mediante uma alternância democrática. Fala-se muito de orgulho, mas a realidade é que no dia de hoje uma troika estrangeira tomou as rédeas do país. A nossa Penela não repetirá os erros do passado e colaborará activamente na restauração da independência financeira e económica de Portugal. Sim nesta Penela e neste Portugal terei e teremos ainda mais orgulho.

segunda-feira, agosto 12, 2013

Lei da pureza em Penela...


Há na Alemanha uma velha Lei, ainda em vigor, (das Reinheitsgebot de 1516) que define que só pode ser denominada cerveja a bebida que resulta da fermentação de água, cevada e lúpulo, um regulamento que dificulta a comercialização de cervejas estrangeiras naquele pais como por exemplo as nossas que contêm também milho ou arroz.
Definir critérios de pureza ou de autenticidade foi sempre um método para justificar exclusões não só a nível comercial mas também na política.
Assim, na altura das eleições autárquicas surge sempre no microcosmo político de Penela um certo discurso parecido com a velha Lei referida: existe algures (e sabemos todos onde) um Penelense mais puro do que os outros e só ele tem capacidade para gerir Penela, só ele tem a exclusividade do Amor Sincero à Terra, só este ser humano ideal conhece a fundo Penela, cada instituição, cada pessoa, cada galinha, cada arbusto, cada m2 e só esta criatura, quase mítica, pode resolver os problemas do concelho (se porventura ainda sobrasse algum…). Dom Sebastião, Superman e o Pai Natal estão bem vivos e visivelmente entre nós.
Dizer que é um caso de xenofobia “soft” a nível paroquial seria talvez exagerado, mas que consta de uma atitude latente de discriminação mental, uma tradução suave da doutrina “Blut und Boden”, de certeza é: respeitamos os de “fora” e tratamo-los bem, mas na profundez da nossa alma estamos convencidos que somos de longe, de muito longe, os melhores de todos em tudo.
Assim atinge-se o cúmulo do sofismo:
1. quem viveu sempre neste concelho é melhor do que os outros;
2. só o melhor serve para dirigir este concelho;
3. só alguém que viveu sempre em Penela é capaz de ser Presidente deste concelho.
Para os especialistas em “empreendorismo” e “gestão” que abundam nesta Terra, não será segredo que muitas empresas grandes e sérias façam exactamente o contrário: para preencher vagas no topo, recorrem sem hesitar a elementos de fora, frequentemente sem qualquer ligação a ou experiencia no ramo, a fim de introduzir ideias frescas e novos impulsos dinamizadores e para se libertar de comportamentos estereotípicos e de vícios instalados. Dispor de um campo de visão largo não pode ser unicamente o resultado de algumas deslocações, leituras ou participações em congressos, não, depende basicamente de experiências interiorizadas  e adquiridas mediante trabalho a sério, inserido numa sociedade competitiva. De facto -se não fosse assim - os peixes de aquário seriam seres muito mais inteligentes, pois observam dia após dia, anos após ano, a vida humana na sala de estar dos seus donos. Para além disso, estas mesmas pessoas devem ter ficado muito indignadas (claro, só interiormente) quando num passado recente foram confrontadas com candidaturas paraquedistas como a de Santana Lopes na Figueira e devem estar diariamente enjoadas (claro, só interiormente) quando observam no dia de hoje como alguns trocam de concelho, como nós mudamos de calças: Ílhavo por Aveiro, Sintra por Lisboa ou Gaia por Porto…
Honestamente, não gosto da ostracização pública e “a priori” de candidatos para as eleições autárquicas que – supostamente - não disponham de um certificado de origem adequado: a exigência para a endogeneidade absoluta pode ser justificada para chouriços, vinhos e queijos, mas para o futebol e a política não é tão manifesto.
Tudo isto deveria ser ainda mais evidente num país gerido há dois anos – a convite do Governo de Portugal - pelos puríssimos estrangeiros da Tróika, que além de ter a tarefa de (tentar) endireitar – mais uma vez - as finanças de Portugal, servem de “bode expiatório” perfeito para canalizar e absorver a ira pública contra os cortes, a austeridade e a pobreza.
Ao contrário do que querem fazer crer ao Povo, é exactamente a hibridização, a introdução de elementos alheios, que vitaliza e dinamiza. Por tudo isso digo em voz alta: bem-vindo à diversificação, à pluralidade, à heterogeneidade; não abram só as portas, mas também as janelas, puxem os autoclismos e liguem ventiladores e exaustores...
Para bom entendedor meia palavra basta.

terça-feira, agosto 06, 2013

"A Febre Autárquica" em Penela (1)

No dia 28 de Julho - em plena época de férias - passei na fonte chamada Bica do Frade (na estrada de Podentes para Chão de Lamas) onde existe uma zona de piquenique e constatei que estava tudo num estado lastimável, sujo e poluído.(foto à esq.). Cinco dias mais tarde voltei e notei que o sitio foi entretanto limpo e pintado (foto em baixo). Neste caso parece o calendário das eleições é mais importante do que o calendário da temporada turística.