quinta-feira, fevereiro 12, 2009

A insustentável incoerência da Igreja

Em Portugal são vários os assuntos na agenda política que têm a ver com a doutrina moral da Igreja Católica. De facto, a Igreja sempre se autoproclamou como defensora incondicional da "vida" e igualmente sempre condenou a homossexualidade a fortiori incluindo casamentos entre pessoas do mesmo sexo. No que diz respeito à "vida", a nossa Santa Mãe já teve de engolir um sapo enorme na questão do aborto, que após uma segunda tentativa foi democraticamente (hm...hm...) aprovado por meio de um referendo. Agora o partido no poder pondera uma legislação que permitirá casamentos entre gays e entre lésbicas e também - porque não - a autorização da eutanásia a pedido. Não quero aqui polemizar sobre o fundo das questões referidas, mas sim sobre a forma como a qual a Igreja lida com elas. Ontem na comunicação social, ouvi dizer o PM, que a legalização do casamento homossexual é uma consequência resultante dos valores inerentes ao PS, nomeadamente para criar mais justiça, mais igualdade, mais tolerância, etc. etc. OK, parece me bem e correcto que uma organização como o PS luta em prol dos seus valores e tenta realizá-los. O que me parece de uma incongruência enorme é a posição da Igreja: como é possível que uma instituição, que se declara universal, de todos os tempos, de inspiração divina, abdique tão ligeiramente da possibilidade de defender os seus princípios com todos o meios possíveis, inclusive em época de eleições. Porque fugir ao confronto duro mas democrático entre os valores e princípios de um partido político e os mandamentos - segundo dizem - sagrados provenientes directamente de Deus? Há alguma coisa que me escapa ou talvez não : a Igreja portuguesa provavelmente tem um medo sério e real de ver provado que só tem ainda um impacto residual sobre a sociedade portuguesa. Além disso, desde sempre a Sagrada Instituição demonstrou uma tendência muito forte para a conivência com os poderes instalados.
De H. Kerk is heel incoherent in Portugal: nu in de regerende PS-partij stemmen opgaan om zowel het homoseksuele huwelijk als de euthanasie-op-aanvraag toe te laten, zou men verwachten dat een Instituut dat de mening van God-himself vertegenwoordigt, protesteert en een standpunt inneemt ivm de komende verkiezingen. Niets daarvan, onze H. Moeder is waarschijnlijk bang te moeten toegeven dat haar stem nog weinig impact heeft op de huidige maatschappij.

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