segunda-feira, maio 03, 2010

A explicação de um silêncio...

Fiquei calado durante bastante tempo e tinha uma razão muito séria: faleceu a minha querida mãe. Quando o espírito se veste de luto e quando o coração chora, a mão não tem mais vontade de tocar nas teclas do computador.
Uma nota falsa : só meio dia após o acontecimento fatídico, a noticia chegou a mim, porque de facto, nesta Terra verbalmente repleta de novas tecnologias, não existe uma cobertura razoável da rede telemóvel nem um acesso decente à Internet. Mesmo nos momentos mais tristes da nossa vida estamos atrasados.
Omdat mijn beminde moeder stierf, ben ik lange tijd stil gebleven.

quinta-feira, março 11, 2010

A Tauromaquia, um "bem cultural" a preservar tal qual?


No parlamento catalão está a decorrer uma discussão sobre a eventual abolição das touradas naquela região autónoma da Espanha. Podemos admitir que este debate tem um fundo duplo porque não se trata só de definir se de facto a tauromaquia é classificável como uma actividade cruel em relação a animais vivos mas também porque bastantes Catalães confundem a tauromaquia com uma Espanha centralizadora, tradicionalista e mais sulista (la España negra) com a qual não se podem ou querem identificar. Enquanto se desenrolaram estas discussões em Barcelona, Esperanza Aguirre, a Presidente da Comunidade de Madrid, numa conferencia de imprensa encenada no meio de uma "Plaza de Toros", declarava a Tauromaquia como sendo "un bien de interés cultural". Valência e Múrcia tomaram iniciativas no mesmo sentido e...por pura coincidência, a Ministra Gabriela Canavilhas anunciou em Portugal a criação de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura. Bem, é um facto inegável que a tauromaquia faz parte da cultura de quase todos os povos ibéricos, na condição de optarmos por definir a palavra "cultura" como "um conjunto de costumes, de instituições e de obras que constituem a herança social de uma comunidade". Todavia, o fundo da questão não é esse: o ponto essencial é se devemos manter a qualquer preço todas as manifestações que fazem parte da nossa cultura tais quais, sem nunca nos interrogarmos sobre a necessidade da sua continuação à luz da evolução na nossa sociedade: a "cultura" pode-se dissociar dos valores morais em vigor? Alguns exemplos gritantes da evolução possível do conceito "bem cultural" : os antigos jogos circenses no Coliseu faziam intimamente parte da cultura Romana, mas a nós provocam repugnância pela sua crueldade extrema; a prostituição sagrada nos templos era uma realidade religioso-cultural entre os povos da Babilónia, para nós em 2010 parece sem dúvida uma prática inconcebível. Neste contexto parece-me insensato manter obcecadamente como "bem cultural intocável" uma actividade que consiste em perseguir, torturar e finalmente matar - de maneira sangrenta - um animal, mesmo que seja criado para o efeito. O facto de Hemingway, Picasso ou outros grandes artistas terem glorificada a lide, não muda em nada a sua crueldade inerente: espetar com força pontas de aço na pele de um bovino vivo ou enfiar duas ou três vezes uma espada nos seus pulmões têm muito pouco caracteristicas de uma expressão artista. Em relação com a fábula das endorfinas que protegeriam o touro contra as dores, só posso dizer que "se no è vero, è ben trovato": no final será que o touro ensanguentado no meio da arena está a mugir de prazer? É uma atitude errada considerar aquela tradição ibérica como sendo uma coisa única no Mundo, sistematicamente estigmatizada por ignorantes. De facto, vários outros povos na Europa tinham também enraizadas na sua cultura algumas tradições cruéis com animais e não hesitaram em desistir delas; posso mencionar algumas: na cidade de Ypres (Be) era tradição desde a Idade Média de atirar gatos vivos de uma torre na altura das Festas da Cidade, já nos finais do século XIX os felinos vivos foram substituídos por exemplares em peluche; no norte da França e na Bélgica, os combates de galos eram um "desporto" centenário extremamente popular (amplamente representado na literatura e na pintura): foram proibidos num e estão a ser gradualmente extintos noutro país ; nos Países Baixos existe o costume milenar "das corridas de gansos" (nas quais um cavalheiro tenta arrancar em pleno galope a cabeça de um ganso vivo pendurado): acabaram já há bastantes anos com esta desumanidade; finalmente desde os tempos imemoriáveis existem na minha Terra os concursos de canto para tentilhões, outrora cegava-se os pássaros para estimulá-los a cantar mais, é óbvio que esta barbaridade foi interdita. Só para dizer que a palavra "cultura" não pode servir para legitimar actos contra a dignidade humana como é percebida no dia hoje. Não apelo à proibição imediata e total da "Festa" taurina, mas sugiro um trabalho de educação e sensibilização junto dos jovens no sentido das gerações futuras puderem julgar elas-mesmas se o sangue de um touro tem o mesmo valor cultural da tinta vermelha num quadro de Goya.

In Catalunie worden de thans stierengevechten in vraag gesteld. Ondertussen werden die in Portugal, Madrid, Murcia en Valencia tot Cultureel Erfgoed gepromoveerd. Toch een ietsje te straf vind ik, het bloed en het lijden van een stier tot kunstwerk te verheffen. Tenslotte hadden wij ook in de Lage Landen vormen van dierenkwellerij in onze tradities, waar we van af gestapt zijn: ganzenrijden, hanenvechten, kattenwerpen in Ieper, het blind maken van zangvinken, etc.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

As meias de Rangel

O PSD elegerá em breve o seu novo Presidente. Talvez seja um pouco tarde, tendo em conta a constelação política actual, mas isto obviamente não é meu problema. Não tenho as qualificações adequadas partidárias para avaliar as virtudes políticas de cada um do trio que vai às urnas, mas nada me impede de manifestar as minhas preferências instintivas e naturais por um deles; pode até ser interessante para os directores das respectivas campanhas saber como um "extra-terrestre" julga os seus candidatos. É realmente um facto que estou saturado destes PM´s ou candidatos a PM tipo "rapazes-modelo", que andam de fato Armani ou de "blazer" azul escuro, com sapatos de couro genuíno sempre lustrosos, que trazem uma gravata de "griffe" "assorti", os cabelos 100% organizados mesmo no meio de uma tempestade e que cegam o freguês com a sua dentadura branca e brilhante . Francamente, não gosto dos seus ares de estadista-sempre-a-reflectir-sobre-o-bem-estar-da-pátria e que falam ("fazem declarações") com uma voz grave e ponderada, sem alterações nem emoções : não aprecio que a sua educação modelar os impeça o uso de palavrões ou de bater com o punho na mesa. São pessoas excessivamente airosas, Robocops engomados, manequins fora da validade concebidos por Mme Tussaud num laboratório clinicamente estéril. Não, a minha preferência vai para um ser humano de carne e osso, como nós, um individuo menos perfeito, não infalível, que fala com altos e baixos, que quando está morto de sono toma duas bicas para se reanimar, que mostra ter alma e coração: concluindo um destes homens a que chamamos vulgarmente "um homem normal". O Paulo Rangel parece-me um destes. Já o vi com o cabelo terrivelmente despenteado e já observei uma ou outra mancha de gordura nos seus óculos da Multiópticas. Tem - como eu - peso a mais e transpira quando lhe obrigam a subir uma escada. Não seria mais do que natural que lhe escape por vezes um arroto e pode lhe cair uma pinga na camisa quando come sopa; à noite as suas meias cheiram talvez um pouco ao chulé e ocorre que adormeça com o comando da TV na barriga. Suponho que ronque na cama, porque parece ser um homem como nós , com duvidas e incertezas, mas como nós. Um como nós levantou-se, dirigiu-se para o púlpito e vai tentar endireitar Portugal. Porque não?

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

As contas do Sr. Nunes ou o meu Português?


O meu Português não é dos melhores e por isso devem ler este texto no condicional. No dia 22-01-2010, o ex-vereador de Coimbra, Mário Nunes, publicou no "Diário As Beiras" um artigo de opinião sobre "A Cultura e os Orçamentos" no qual foca o impacto da Cultura - como actividade económica - sobre o PIB e o mercado de trabalho. O Sr. Nunes refere-se a um estudo encomendado pela anterior Ministra de Cultura e segundo o qual " o sector cultural em 2006 criou 127 mil postos de trabalho, cerca de 2,6 por cento do emprego total criado naquele ano". Segundo o meu dicionário "criar" significa "dar existência a, tirar de nada, gerar, produzir, etc.." Assim entendo que o que está lá escrito é que em Portugal "a Cultura engendrou 127.000 dos quase 5.000.000 postos de trabalhou criados em 2006". Tenho a impressão que alguma coisa está mal, porque recordo-me que o próprio José Sócrates - nos seus dias mais eufóricos - só prometeu a criação de 100.000 novos empregos . Onde está o erro? : no meu fraco conhecimento da língua de Camões ou no baralhar das contas pelo Sr. Nunes?

terça-feira, fevereiro 09, 2010

La Place de la Concorde em Podentes...


Era uma vez um Pensador que sonhou em dotar a povoação de Vendas de Podentes (70 habitantes ?) de uma Praça Pública do género de " Trafalgar Square" em Londres, da "Potsdamer Platz" em Berlim ou -ainda melhor - da "Place de la Concorde" em Paris. O povo (eleitor) mostrou-se satisfeito, a tal ponto que se esqueceu da opção dos seus próprios antepassados: é mais do que provável que "os antigos" tinham optado deliberadamente por construir a sua capela neste lugar calmo, perdido na natureza, porque era de facto um sitio bastante mágico: situada num trívio (sagrado em muitas culturas), no delineamento entre os campos da margem da ribeira e os pinhais na encosta do monte. Um lugar para meditar, rezar e praticar alguns pequenos rituais ancestrais, sem ser incomodado por ninguém. Mas mais uma vez a memória colectiva não funcionou e lá chegou a retroescavadora. Arrancaram um par de oliveiras, removeram alguns camiões de terra e lá estava: tinha nascido a "Praça da Concorda" das Vendas. Entretanto alguns populares iniciaram corajosamente a construção de um "Bar de Festas", segundo parece um aspiração a longa data do povo local: num estilo arquitectural "típico" e com materiais endógenas, como são os blocos de cimento, conseguiram fazer a obra. Mas faltava ainda, como em Paris, - a cereja no bolo -um obelisco : para o efeito foi ergueu-se um grande poste em latão com duas luminárias potentes, modelo autoestrada. Deste modo, o novo largito, tornou-se o ponto mais iluminado de Podentes, um ponto de exclamação visível de longe, o farol da simbiose total entre eleitores, religião e política, de facto o sonho húmido de qualquer republica laica. Todavia alguma coisa correu mal e aquela "la Place de la Concorde" tornou-se numa "Place de la Discorde": 4 dos 70 habitantes - na realidade os únicos a viver no largo novo - queixarem-se sobre a influência perturbadora das luminárias sobre o seu descanso nocturno, a sua saúde e os seus pombos-correio; entre os construtores voluntários do "Bar da Festa" deflagrou-se uma disputa sobre quem tinha ou não o direito de gravar o seu nome na parede do edificio. Da nossa parte, estamos convictos que a geração seguinte saberá honrar o bom gosto dos antepassados e irá requalificar aquele sitio, repondo a velha capela no seu enquadramentro natural harmonioso, misterioso e bonito. Faltam ainda muitos "Vieiras" em Portugal, "Sizas Vieiras" evidentemente...
Zie het contrast tussen de oude kapel, sober en harmonieus, en de bar met autostrade-verlichting die men er thans naastgeplaatst heeft.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Postes, pombos, pássaros, Penela, Podentes


Há alguns dias estivemos presentes na Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Penela, na nossa qualidade de munícipes, para expor os problemas de saúde e outros que a Junta de Podentes nos causa diariamente com a instalação de 2 luminarias potentes (e inúteis) a poucos metros da nossa casa. Fomos bem recebidos, quase cordialmente. O Presidente da Câmara mostrou a sua inteira disponibilidade para ouvir as nossas queixas e deu a impressão de compreender o nosso "martírio". Claro que houve alguns desentendimentos. Assim à minha pergunta, porque a Câmara fez exactamente o contrário do que o sugerido pelo Provedor da EDP, o Eng. Paulo Júlio esquivou-se dizendo que o Provedor provavelmente não conhecia bem a situação em Podentes; é evidentemente um argumento inválido que desautoriza "a priori" qualquer Provedor que não seja da Terra. Também não concordo com o termo de "requalificação" para justificar o abominável poste erguido no largo da capela: de facto não se trata de "requalificar" alguma coisa, uma vez que o largo é novo e nunca existiu antes... Para além disso, surpreendeu-me que visivelmente nenhum dos presentes sabia que são obrigados por Lei a cuidar do bem-estar do pombo-correio. De qualquer maneira, o Presidente da Câmara prometeu tomar medidas para remediar a nossa situação. E...honestamente, creio que se ele não tivesse um compromisso político, mandava logo arrancar todo aquele aparato para voltar à situação anterior: "...ó Vítor, para a próxima vez, pense duas vezes antes de fazer coisas destas". Enfim, ficamos ansiosamente à espera...
Uma última palavra sobre o Eng. Paulo Júlio : se obviamente não concordo com diversas das suas decisões, admito de bom grado que se trata de um político profisional : dispõe de um "flair" inglês, tem uma postura jovial, é paciente e tem sentido de humor. É provavelmente um dos poucos em Penela que entende que criticas ou observações são sempre dirigidas a projectos, a decisões, a visão política e nunca a pessoa em questão. Tenho a impressão que está a tornar-se um pássaro dourado na mão do PSD e dentro de pouco tempo sairá da sua gaiola restringente -que é Penela- para iniciar voos mais altos.
Já agora, após tantos elogios, se amanha encontrar um garrafão de vinho tinto encostado ao meu portão, já sei de quem é...

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Cavaco arengando as multidões?

Pessoas endinheiradas têm por vezes a ideia que podem dar murros a qualquer um e dar pontapés em todas as direcções. Denominar alguém de "ditador" num país como Portugal , por razões evidentes muito sensível neste aspecto, não é um pequeno insulto. Devemos admitir que para pessoas que foram - como nós - quase militarmente indoutrinadas com as culturas clássicas (greco-latinas), a palavra "ditador" não é assim tão assustadora, porque na antiguidade não era raro nomear um ditador à chefia do estado para afrontar um perigo colectivo. Vários ditadores tornaram-se figuras míticas na história romana, como Cincinato, um lavrador humilde que tendo sido nomeado ditador, derrotou os Aequi que ameaçaram a cidade eterna, para depois voltar imediatamente para a sua charrua. Infelizmente os ditadores modernos perderam este hábito de resignar espontaneamente ao cargo após a obra feita. Será que o Eng. Belmiro estava a referir-se ao Presidente como um salvador-no-sentido-clássico, que endireitou a economia nacional após as perturbações pós-revolucionárias? Não me parece, porque o Eng. Belmiro menciona o despedimento de 4 amigos seus para motivar a sua declaração polémica. Peço perdão, mas isso parece-me mais um argumento a favor de Cavaco Silva do que o contrário : não final, não teve medo de despedir amigos do homem mais rico de Portugal, do comendador de um dos grupos económicos mais poderosos do país. Não será uma prova da sua independência e ininfluencibilidade?
O Eng. Belmiro é um homem admirável no que diz respeito às suas actividades empresariais, mas deveria abster-se de intromissões na política, especificamente atacando órgãos que estão na impossibilidade de se defender perante a opinião pública. Por outro lado, - e não sei se é verdade - mas segundo múltiplas declarações de trabalhadores, a organização do império do Eng. Belmiro talvez também não esteja isenta de alguns pequenos tiques tirânicos.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Fazemos parte dos PIGS, os porcos da economia...


Os economistas o sabem, mas, segundo parece, a população ainda não : fazemos parte do grupo das economias europeus denominadas pela imprensa anglosaxona como sendo os PIGS (Portugal, Italy, Greece, Spain). Creio que não é preciso esclarecer que a palavra "PIGS" não é só - e por coincidência - a sequência dos iniciais dos países mencionados mas significa também em inglês "PORCOS", uma palavra com uma conotação pejorativo, insultuosa quando for utilizada para indicar um país, um povo, uma nação. Somos de facto percebidos como um pais sem disciplina fiscal, com um défice demasiado grande e com um desemprego galopante: de facto ameaçamos a estabilidade da zona euro. Dos 4 PIGS ( ou talvez 5 quando incluirmos a Irlanda) é a Espanha a ovelha mais negra. Ainda na semana passada o PM Zapatero tive de defender em Davos, a solvência da Espanha perante um público bastante céptico. O nosso país vizinho - que hoje passou a barreira dos 4.000.000 de desempregados - da mais nas vistas porque, devido à sua dimensão económica e ao tamanho do seu descalabro, tem mais hipóteses de influenciar negativamente a situação da zona Euro. Mas, tudo isso não pode esconder que nós estamos outra vez - 35 anos após o 25 de Abril , 23 anos após a nossa entrada na CE e 10 anos após a nossa aderência à zona euro - em maus lençóis e em má companhia. Não tenho a competência adequada para explicar todos os aspectos do nosso falhanço (ou será falência ?) comum, mais uma coisa está certa: de certeza tem em grande parte a ver com a nossa mentalidade do "gasto inútil" considerado de "prestigio": vemos isto a nível do Governo Central com os estádios de futebol e os projectados novo aeroporto e TGV, mas também ao micro-nível das vilas e aldeias onde por vezes bares de festas, rotundas e outros artefactos dispendiosos são um prioridade. Como afirma "Fundstrategy" "...existem duvidas sobre a capacidade dos políticos portugueses em utilizar bem os dinheiros. Muitas das ajudas dadas no passado pelo CE foram dirigidas para projectos de infra-estrutura com poucos efeitos sobre a produtividade, em lugar de serem aplicadas na tecnologia, na educação e na investigação... " O autor continua pondo em duvida a utilidade do TGV planeado entre Porto e Lisboa : " Qual será o impacto sobre a produtividade de um investimento de biliões para reduzir a duração do trajecto em 40 minutos?" Mas como diz um velho proverbio flamengo : "óculos e uma vela não valem nada, quando o mocho for cegueta".

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Penela onde os Provedores não contam....


Há meio ano atrás uma entidade de Penela-Podentes decidiu complicar a nossa vida pacata e mandou instalar em frente da nossa casa (a escassos metros de um posto de iluminação existente e amplamente satisfatório) um par de luminárias com uma intensidade tão forte que dificultam o nosso descanso (um direito constitucional); que interferem com o ciclo biológico dos nossos animais e que hipotecam a vida natural nocturna. Por pura coincidência (?) foram instaladas no dia antes do inicio da "festa de Stº António". Como já anteriormente referido, vivem naquele largo 5 pessoas, dos quais, 4 pertencem à nossa casa e à nossa família. Se é compreensível que festas necessitam de alguma luminosidade extra , não é nada normal fazer perdurar aquela situação para sempre!
Neste contexto apelei à mediação do Sr. Provedor da EDP, consciente de que nos países civilizados, em caso de desavindos entre entidades e cidadãos, as soluções propostas por um Provedor ou Ombudsman , são geralmente aceites pelas partes interessadas porque são ponderadas num espírito de neutralidade absoluta. O Provedor da EDP em Portugal, o Prof. Luís Valadares Tavares, é uma figura altamente qualificada com fama internacional (ver o seu currículo no http://provedordocliente.edp.pt/) e a EDP estipula que " o seu parecer será baseado em princípios objectivos e orientado por critérios de equidade tendo também em conta os quadros orientadores adoptados na União Europeia". Neste caso concreto, o Prof. Tavares concordou com o nosso ponto de vista e sugeriu só ligar as luminárias novas na altura da festa. Todavia, nada disso impressiona a edilidade de Penela, que "corajosamente" - como Asterix na sua aldeia nos fundos da Gália - resiste à civilização global : o Vereador responsável afirma que não pensa seguir as recomendações do Provedor ("somos nós quem manda aqui") mas sim as da Junta de Freguesia; como se o facto de ser um órgão eleito, significasse uma "carte blanche" para prejudicar cidadãos por meio de artefactos isentos de qualquer utilidade pública. Outro argumento para justificar a tortura subtil à qual somos diariamente submetidos, é que " a população local (neste caso pessoas que vivem a 300-500 ou mais metros e que obviamente não são incomodadas) gostam ver este largito (sem qualquer transito ou convívio social) fortemente iluminado . Por outras palavras : o critério em Podentes para colocar luminárias não é a sua necessidade para o transito ou a segurança, mas sim o peso da "vox populi", o populismo no seu estado puro ; é talvez esta a razão pela qual vários cruzamentos em Penela não dispõem de qualquer iluminação, simplesmente porque os populares omitiram a sua reclamação. Entretanto, como prova do desprezo completo pelas recomendações do Provedor, "alguém" mandou mesquinhamente retirar o posto antigo, o tal que era funcional e não incomodava ninguém. Que tristeza moral e mental...
Vlak voor ons huis werden 2 sterke en nutteloze lampen (publieke verlichting) aangebracht die onze nachtrust verstoren en de biologische levenscyclus van onze dieren ( o.a. reisduiven) aantast. We gingen aankloppen bij de Ombudsman van de Nationale Electriciteitsmaatschappij en deze beaamde ons voorstel om die sterke verlichting alleen in te schakelen in geval van feestelijkheden. De gemeente Penela zegt evenwel de suggesties van de Ombudsman te negeren met het argument dat de andere (ver afwonende) burgers die verlichting zo leuk vinden. Toch wel een eigenaardige redenering, niet?

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Sagres III, Schlageter e o Guanabara...

O Navio-Escola Sagres partiu ontem para uma nova volta ao Mundo. A história deste Sagres III ( e não II como muitos afirmam erradamente) é bastante atribulada. De facto, o navio foi construído em Hamburgo nos anos 37-38 em plena época Nacional-Socialista e fazia parte de um projecto de 4 veleiros-escola. Exactamente como o seu navio-irmão "Horst Wessel", o (agora) Sagres foi baptizado com o nome de um heroi da mitologia nazi: Albert Leo Schlageter. Schlageter não éra realmente um nazi mas um católico conservador, herói da 1ª guerra mundial, que participou na resistência armada contra a ocupação francesa da região do Ruhr. Foi traído, foi preso pelos franceses em Maio de 1923 , foi condenado e foi executado. Durante a 2ª mundial o veleiro -evidentemente- não participou nas hostilidades, mas serviu de escritório flutuante. Após a derrota da Alemanha, foi confiscado pelos Americanos e mais tarde vendido ao Brasil. Em 1962 Portugal adquiriu o navio entretanto re-baptizado como Guanabara. Ainda em 1958 foi construido na Alemanha um veleiro-escola, o Gorch Fock, de acordo com os mesmos planos. Este facto atesta bem o valor das qualidades náuticas dos navios concebidos mais de 20 anos antes.
Het Portugese schoolschip "Sagres" is in feite van oorsprong de Duitse zeilboot " Albert Leo Schlageter" gebouwd in Hamburg in 1937-1938.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

A (eventual) nova Distrital do CDS-PP de Coimbra eleita


Os resultados das eleições para a Distrital do CDS-PP em Coimbra já publicados, não deixem dúvidas : a lista A ganhou com aproximadamente 64% dos votos. Isto significa que a Concelhia de Coimbra (propriamente dita, a sua ala mais hegemonista) "tomou" a Distrital , um velho sonho de diversos membros daquela estrutura. Perder estas eleições não me causou um grande sofrimento, pois quem anda no CDS-PP está bastante habituado a este tipo de desfechos. O que é de lamentar é que 10 das 17 concelhias do Distrito não têm representação no novo órgão, tendo algumas outras representantes-fantasma que na realidade residem em Coimbra.
Como explicar este desaire? Em primeiro lugar, admitimos que nada foi facilitado aos eleitores da periferia: alguns tinham de percorrer 100 km se quisessem votar, outros - pensamos em vários idosos - simplesmente não possuem carro... Depois havia o peso dos apoios e das influências: quem tem ao seu lado um deputado e um vereador dispõe evidentemente de rebuçados para uma "clientela específica" maior do que quem só tem um projecto para propor. No entanto, o mais lamentável foi a ligeireza com a qual a Mesa tratou o Regulamento Eleitoral do CDS-PP. Este regulamento é aplicável (Art. 1º1.) a todos os actos eleitorais que se realizem nos órgãos locais do CDS-PP, deste modo incluindo o acto eleitoral de Domingo passado. Quando alguns dos meus amigos se estranharam sobre a quantidade de fotografias do candidato à Mesa do Plenário na sala das votações em Coimbra ( Artigo 2º3. proíbe actos de propaganda naquele sitio) tentei explicar-lhes que se tratava provavelmente de relíquias inocentes da finda campanha para as Legislativas. O que realmente é imperdoável é a Mesa ter aceite uma candidatura que manifestamente não obedeceu aos Requisitos de Apresentação (Art. 12º1.c.) porque não tinha um Mandatário. Ainda mais miserável, eram as manobras (durante horas) para tentar esquivar à apresentação do Caderno Eleitoral que continha a prova da situação irregular da Lista A . Também - outra falha grave -foi omitida a publicação das candidaturas no sitio do Partido na Internet como previsto pelo Art.16º1. Honestamente, já participei em várias eleições em pequenos clubes de pesca ou de columbofilia, mas a um espectáculo deste género nunca assisti. Podemos supor que num país civilizado, a Jurisdição de um Partido com assento parlamentar, terá capacidade de fazer respeitar o seu próprio Regulamento Eleitoral. Obter em certas circunstâncias a maioria dos votos é um indice de popularidade, não uma prova de ter "razão"; também não significa uma licença para infringir os regulamentos...

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Eleições distritais no CDS de Coimbra: as coisas que não entendo...

Não entendo como pessoas que afirmam "defender os valores tradicionais" sejam capazes de trair os que dizem ser seus amigos...
Não entendo como pessoas que colaboraram em constituir um órgão distrital colectivo, apenas seis meses passados participem numa demissão orquestrada...
Não entendo como pessoas que fizeram tudo - por vezes até ao limite do decente - para impedir Paulo Portas de chegar à liderança do partido, nidifiquem agora sem escrúpulos na sua sombra.
Não entendo como pessoas que, nas várias anteriores distritais das quais fizeram parte, brilharam principalmente por absentismo e imobilismo, de repente queiram ser os motores da renovação...
Não entendo como pessoas que, nas várias anteriores distritais das quais fizeram parte, nunca mexeram um dedo para apoiar as concelhias periféricas, se proclamem agora como futuros "dinamizadores" das mesmas....
Não entendo como pessoas - como é do conhecimento público - são de Coimbra, nestas alturas dizem ser de outros concelhos...
Não entendo como pessoas que se intitulam como adeptos do dialogo democrático, censurem por sistema os comentários cépticos nos seus blogues...
Não entendo como pessoas que - segundo rumores - têm telhados de vidro, concorram a lugares que eventualmente só podem ocupar temporariamente...
Não entendo como um deputado, supostamente o fiel depositário de todos os votos do povo da direita, esqueça o seu papel de unificador imparcial, virando-se contra uma parte do seu eleitorado...
Entendo que a lista do Dr. Paulo Almeida tem todos os aspectos de uma expedição punitiva da concelhia de Coimbra contra a periferia.
Entendo que a estratégia da futura distrital deva estar baseada na vontade de unir o distrito e não se reduzir a um mero ajuste de contas.
Entendo que só a lista do Dr. Nunes da Silva apresenta com dignidade e honra as condições necessárias para atingir este objectivo...