terça-feira, fevereiro 09, 2010

La Place de la Concorde em Podentes...


Era uma vez um Pensador que sonhou em dotar a povoação de Vendas de Podentes (70 habitantes ?) de uma Praça Pública do género de " Trafalgar Square" em Londres, da "Potsdamer Platz" em Berlim ou -ainda melhor - da "Place de la Concorde" em Paris. O povo (eleitor) mostrou-se satisfeito, a tal ponto que se esqueceu da opção dos seus próprios antepassados: é mais do que provável que "os antigos" tinham optado deliberadamente por construir a sua capela neste lugar calmo, perdido na natureza, porque era de facto um sitio bastante mágico: situada num trívio (sagrado em muitas culturas), no delineamento entre os campos da margem da ribeira e os pinhais na encosta do monte. Um lugar para meditar, rezar e praticar alguns pequenos rituais ancestrais, sem ser incomodado por ninguém. Mas mais uma vez a memória colectiva não funcionou e lá chegou a retroescavadora. Arrancaram um par de oliveiras, removeram alguns camiões de terra e lá estava: tinha nascido a "Praça da Concorda" das Vendas. Entretanto alguns populares iniciaram corajosamente a construção de um "Bar de Festas", segundo parece um aspiração a longa data do povo local: num estilo arquitectural "típico" e com materiais endógenas, como são os blocos de cimento, conseguiram fazer a obra. Mas faltava ainda, como em Paris, - a cereja no bolo -um obelisco : para o efeito foi ergueu-se um grande poste em latão com duas luminárias potentes, modelo autoestrada. Deste modo, o novo largito, tornou-se o ponto mais iluminado de Podentes, um ponto de exclamação visível de longe, o farol da simbiose total entre eleitores, religião e política, de facto o sonho húmido de qualquer republica laica. Todavia alguma coisa correu mal e aquela "la Place de la Concorde" tornou-se numa "Place de la Discorde": 4 dos 70 habitantes - na realidade os únicos a viver no largo novo - queixarem-se sobre a influência perturbadora das luminárias sobre o seu descanso nocturno, a sua saúde e os seus pombos-correio; entre os construtores voluntários do "Bar da Festa" deflagrou-se uma disputa sobre quem tinha ou não o direito de gravar o seu nome na parede do edificio. Da nossa parte, estamos convictos que a geração seguinte saberá honrar o bom gosto dos antepassados e irá requalificar aquele sitio, repondo a velha capela no seu enquadramentro natural harmonioso, misterioso e bonito. Faltam ainda muitos "Vieiras" em Portugal, "Sizas Vieiras" evidentemente...
Zie het contrast tussen de oude kapel, sober en harmonieus, en de bar met autostrade-verlichting die men er thans naastgeplaatst heeft.

Sem comentários: