sexta-feira, março 13, 2009

Angola ou desemprego....


Ontem, Belmiro de Azevedo e Daniel Bessa defenderam a importância de Angola para o combate ao desemprego em Portugal. O "patrão" da Sonae, declarou mesmo que "às vezes, o que é mais difícil em Portugal é uma certa cultura, é as pessoas quererem emprego ali ao lado". Permitam-me ter uma opinião diferente. É evidente que num momento de crise aguda como agora Angola e outros sítios podem constituir um remédio temporário para aliviar o sofrimento económico das famílias. Todavia a médio e longo prazo, nunca pode ser um objectivo dum país ou dum povo com alguma auto estima, colocar um parte da sua população - a que trabalha -em situação de mobilidade continua. Obrigar as pessoas a trabalhar longe da região onde habitam - seja dentro ou fora do país - significa nem mais nem menos um fiasco do sistema. Posso dar o exemplo da minha terra natal, onde o movimento nacionalista flamengo quis desde sempre acabar com a necessidade económica dos flamengos para ir procurar trabalho na Valónia francófona ou nos países vizinhos. Era considerada uma situação humilhante e eticamente injustificável. Um dos seus sloganes básicos foi sempre "queremos trabalho na nossa própria região". Sob este impulso, a Flandres conseguiu atrair muito investimento estrangeiro e parou o vai-e-vem escandaloso de seres humanos. Graças a esta evolução a Flandres tornou-se uma das regiões mais prósperas da Europa. A mobilidade dos trabalhadores nunca pode ser um trunfo-mor nas mãos do patronato : aqui fechamos, vocês emigrem para Angola...
Een der topbazen van de Portugese bedrijfswereld stelde gisteren dat de Portugese werknemers een wat bekrompen mentaliteit hebben omdat ze dicht bij huis willen werken. Wie de Vlaamse ontvoogdingsstrijd kent weet dat een der eerste eisen van de Vlaamse beweging altijd was "werk in eigen streek" en zo te zien met goed gevolg...

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