quarta-feira, abril 01, 2009

Os analistas da Áustria do papá-avô Fritzl

Compreendemos que os jornais são diariamente confrontados com o terrível desafio de encher dezenas de páginas virginalmente brancas e que por isso são extremamente bem vindos os comentários dos analistas que se debruçam sobre todos os problemas . Para além disso, os textos referidos atribuem ao jornal onde estão inseridos, um inegável toque de intelectualismo. O analista é por natureza uma pessoa sábia (ou pedante?) que não somente tem a tarefa dura de produzir frases (consideradas) sensatas sobre os mais diversos assuntos, como também deve afixar continuamente a sua imagem de pensador superior e perspicaz. Vemos o caso da figura triste do papà-violador-sequestrador na Áustria, o senhor Joseph Fritzl. O comum mortal poderia estimar que o velho Joseph não passa de um indivíduo monstruosamente imoral que não merece mais do que uma pena pesada para além do nosso desprezo profundo.., mas os nossos analistas, que têm o dom de poder ver claramente o que se passou nos bastidores da história, têm muito mais para dizer. Para eles, o nojento Fritzl é nem mais nem menos um produto típico da sociedade austríaca que, como se fosse um cogumelo em estrume de cavalo, só se pôde desenvolver aí : só aquele ambiente de pequena burguesia conservadora era capaz de engendrar um monstro destes. E a quem podemos apontar o dedo ? : sem dúvidas ao defunto império austro-húngaro (à Sissi incluída), à Igreja católica e evidentemente aos nazis. Há 15 dias apareceu uma cópia do Fritzl na Itália e esta semana outra na Colômbia. Para um analista profissional não deve ser muito complicado explicar um Fritzl italiano . Temos ali pertinho o Vaticano, temos a neta do Duce e porque não o Gianfranco Fini. No caso colombiano, já não é tão fácil: talvez sirvam de bode expiatório os colonialistas espanhóis ou as folhas de coca . Finalmente, rezamos pra que nunca surja um Fritzl português, para se fazer uma analise jornalística deveríamos logo desenterrar o Salazar e a irmã Lúcia...
Enkele tijd terug kwamen vele kranten-analysten tot het besluit dat Fritzl, de incestueuze verkrachter uit Amstetten, een typisch product was van de Oostenrijkse maatschappij. Nu werd onlangs ook een soortgelijk geval vastgesteld in Italie en eveneens in Colombie. Ben benieuwd om de kommentaren en analyses te lezen van de alleswetende journalisten.

Sem comentários: