quarta-feira, junho 25, 2008

Coimbra, podia ter sido ...mas não foi...


...a referência portuguesa no controlo dos "pombos da cidade". A imagem aqui ao lado mostra um pombal de arquitectura "design" em Amesterdão, destinado aos pombos da cidade e construido por cima dum centro comercial em pleno centro da cidade. Os ediles de Coimbra continuam a falar sobre o assunto há mais de 5 anos... Ninguém tem dúvidas sobre a necessidade de restringir o número dos pombos que vivem nas nossas cidades. Todavia, é de notar que nos países mais avançados neste aspecto (Alemanha, Suiça, França, Holanda, …) estas aves têm direitos e não podem ser abatidas de qualquer maneira ou submetidas a tratamentos químicos incontroláveis: de facto, existe aí uma opinião pública atenta e sempre pronta para denunciar qualquer atentado contra a sua dignidade como ser vivo. Consta na verdade que muitos destes pombos estão doentes, situação em nada extraordinária para animais selvagens que são. No entanto, a maior parte das suas doenças são do foro patogénico específico do pombo ou das aves em geral, e não são transmissíveis ao Homem. Em relação às doenças eventualmente contagiosas para a nossa espécie, falta um fundamento científico a qualquer exagero: assim, a Universidade de Basileia (2004) publicou um documento no qual estipula que nos últimos 62 anos só foram relatados no mundo inteiro176 casos de transmissão de doenças de pombos da cidade para o Homem, o que corresponde a uma média que não atinge os 3 casos por ano. Considerando as centenas de milhões de pombos e pessoas que convivem diariamente em todas as grandes cidades deste planeta, é de facto um número irrisório. Ainda por cima, dois terços das doenças relatadas são de origem fúngica com destaque para a Criptococose. Muitos destes casos são imputáveis não a um incremento dos contactos entre pombos e pessoas mas sim à alteração da situação imunitária do Homem: concretamente porque existem hoje em dia provavelmente mais pessoas que sofrem de um ou outro tipo de imunodeficiência (p.ex. a Sida). O primeiro culpado pela proliferação crescente destes pombos na cidade é, nem mais nem menos, o próprio Homem que disponibiliza por todo o lado lixo alimentar na via pública em combinação com a multiplicação dos prédios degradados. Ambos são assuntos nos quais as Câmaras também têm responsabilidade.
Conclusão: o que já foi dito em 1990 por pesquisadores das Universidades de Utreque e
Munique, nomeadamente que o pombo da cidade é mais um perigo para os outros pombos e aves do que para os humanos, é confirmado por outros termos em 2004 por Wackernagel (Basileia) “ mesmo que os pombos da cidade possam significar esporadicamente um risco para a saúde humana, este risco é muito baixo, mesmo para pessoas que por motivos profissionais trabalham na proximidade dos sítios onde nidificam”. O vereador responsável retirou à Coimbra uma única oportunidade de se destacar neste domínio e dar um exemplo a todos os outros municípios de Portugal. Poderíamos ter optado por soluções similares às utilizadas em centenas de grandes cidades Europeias (Munique, Roterdão, Amesterdão, Zurique, etc. etc.) com base em medidas sinergéticas e humanamente aceitáveis (recusando desde o inicio o uso de métodos cruéis). A instalação de pombais municipais – em vários casos frutos de uma arquitectura de vanguarda - dentro do perímetro da cidade também faz parte desta solução. Paciência, temos o que temos e quando os políticos devem tomar decisões em assuntos que não dominam …
De stad Coimbra die zich graag profileert als de stad van de Gezondheid in Portugal, heeft een mooie gelegenheid laten voorbijgaan om pionier te worden in de kontrole der stadsduiven op een humane en moderne manier. Nu ja, politiekers die moeten beslissen over onderwerpen die ze niet beheersen...

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