terça-feira, dezembro 18, 2012

Conversa de Taberna populista



Num artigo publicado no diário As Beiras, 6 dias antes da vinda de Angela Merkel a Lisboa, Paulo Almeida, líder distrital do CDS de Coimbra, fez uma tentativa bem sucedida para ganhar o Óscar do texto mais fútil e anodino do ano, sob o lema: " a necessidade de alguém nos representar na saída do labirinto da austeridade em que nos querem manter cativos”.
O autor lamenta que  "as visitas alemãs aos países em situação financeiramente difícil mais parecem inspecções". Pois é um facto que os representantes alemães nutrem um grande respeito pelos seus contribuintes e cumprem plenamente a sua obrigação de conferir onde vai o dinheiro dos seus impostos: será para autoestradas sem transito, para estádios de futebol sem espectadores ou para  aeroportos onde nunca aterram aviões? ou simplesmente desaparece no poço sem fundo da corrupção? Como a história já provou que as informações provenientes do Banco de Portugal não são sempre de grande confiança, os Teutôes - do ponto de vista deles - talvez tenham razão em vir verificar "in loco". 
Almeida alude  “às nações asfixiadas por via da moeda única”, porque provavelmente não se recorda que Portugal aderiu de livre vontade à zona euro e em plena consciência das regras e imposições inerentes à adesão e - espero eu - não só para angariar subsídios e apoios.
A denuncia da “confrangedora inexistência política” de Durão Barroso, assinalando que ele “abandonou o barco (ou era um submarino?)” da anterior coligação PSD - CDS/PP",  não é baseada num raciocínio 100% correcto, porque analisando bem  a trajectória politica de Durão, percebe-se logo que não lhe falta actividade política, todavia sempre motivada por puro oportunismo pessoal. Quem esperava que ia defender sem mais nem menos a causa de Portugal, merece um diploma de ingenuidade.
Segundo Paulo Almeida "Cavaco Silva e  Passos Coelho hão-de banquetear-se com Merkel, a quem Vitor Gaspar beijará a mão”. Lamento dizer, mas isto só prova que Cavaco, Passos e Gaspar não só são pessoas educadas, mas também realistas e sabem que devem respeitar a fonte de dinheiro que permite que o Estado Português continue a funcionar.
Finalmente quando pinta o Presidente da República  como “envergonhado e em depressão pela inutilidade em que se tornou, dificilmente fará alguma coisa", deveria de facto rezar para que Cavaco não demita o governo, porque nas eleições que logicamente irão seguir, Almeida poderia ver desvanecer o seu sonho de sempre: um dia entrar em São Bento, custe o que custar.
Concluindo, aconselho vivamente ao Presidente do CDS-Coimbra à leitura do artigo de José António Saraiva no Sol nº 328 com o título"O que nos aconteceu?" onde compara, em termos comprensíveis para todos, Portugal a uma família que gastou a mais durante anos, mas que mesmo assim não hesita em irritar e incomodar os amigos que lhe tinham emprestado dinheiro.
Ingratitude is the world´s reward ...

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