segunda-feira, agosto 18, 2008

Empreendedorismo individual à beira da estrada,sem apoios.

Se nos bosques da zona Centro anda sempre menos caça, isso todavia não impede que continue a existir, especialmente naquelas zonas verdes situadas à beira da estrada, um vaivém bastante intenso,
Não é difícil entender que as atenções dos “caçadores” que aí proliferam não vão propriamente dito para os javalis ou coelhos e que as armas aí apresentadas não funcionam à base de pólvora. Enquanto os caçadores “clássicos” gostam de alguma ostentação machista (roupa de camuflagem, botas tipo paracomando, boné estilo guerra colonial, óculos Rambo e quase sempre em companhia de alguns cães feios e barulhentos), estes outros amantes da natureza são muito mais discretos. No trânsito têm um comportamento bastante esquisito: seguem normalmente a fila e de repente, sem reduzir a velocidade ou sem dar sinal de pisca, desaparecem bruscamente num caminho de terra batida; outros ainda diminuem subitamente a sua velocidade até a uns 10 km/hora fixando de maneira obcecada a berma da estrada e dando aos outros condutores toda a liberdade para os ultrapassar.
Quem são?: são jovens no início da carreira carnal, são velhos buscando uma reanimação assistida, são solteiros fartos do manual, são pais de família saturados dos 100 kg da Mamã, são padres incógnitos à procura de cruzes menos religiosas…
A causa de toda esta irrequietude masculina não necessita de explicações, são as p.titas instaladas nesta franja fronteiriça entre o asfalto e a natureza. De longe parecem extremamente jovens, extremamente louras, extremamente bronzeadas ou então têm o aspecto destas gazelas extremamente esbeltas vindas directamente da savana africana.
Todavia a minha visão defeituosa (os meus óculos exigem sempre mais dioptrias) suspeita que andam aí também alguns elementos mais enrugados, menos frescos.
Cheguei à parte séria do meu exposto: de qualquer maneira, estas meninas – que frequentemente apenas acabaram de sair da adolescência – são também as filhas de alguém e devem ter direito a algum tipo de apoio. Se fosse autarca teria vergonha de saber que havia raparigas da minha terra – o da terra vizinha – obrigadas a prostituir-se, por qualquer motivo que seja. Será totalmente impossível acompanhar estas miúdas por equipas ambulantes de psicólogos, médicos ou assistentes sociais? Estou falando evidentemente dum acompanhamento activo no terreno e não duma assistência virtual submetida à lógica da burocracia…
Zou het niet goed zijn dat de hoertjes, vaak heel jonge meisjes, die aan de boord van de weg de "bos-prostitutie" beoefenen- op wat medische en sociale steun zouden kunnen rekenen?

Sem comentários: